Mirando
o plano cristalino, concentro a vista no próprio olhar. Reviro os globos oculares
pelo cabelo escuro, depois percorro-os pelas sobrancelhas e nariz. Deslizo a
mirada pelas bochechas rosadas até aos lábios grossos. De seguida, escalo o
rosto outra vez para me perder na floresta dos meus olhos esverdeados e, num
instante, tudo o que vejo é fogo. Uma floresta, um incêndio, um sobrevivente.
Quando não me concentro nos olhos, tudo o que diviso é uma face lisa, e não
vejo, mas sinto o perdida que estou.
Ana
Patrícia Calejo – 4 de outubro 2012 -
1 comentário:
Esta miúda tem cá uma criatividade...
Enviar um comentário