domingo, 7 de outubro de 2012

G._10.º_n.º 3




Mirando o plano cristalino, concentro a vista no próprio olhar. Reviro os globos oculares pelo cabelo escuro, depois percorro-os pelas sobrancelhas e nariz. Deslizo a mirada pelas bochechas rosadas até aos lábios grossos. De seguida, escalo o rosto outra vez para me perder na floresta dos meus olhos esverdeados e, num instante, tudo o que vejo é fogo. Uma floresta, um incêndio, um sobrevivente. Quando não me concentro nos olhos, tudo o que diviso é uma face lisa, e não vejo, mas sinto o perdida que estou.
Ana Patrícia Calejo – 4 de outubro 2012 -



1 comentário:

Alona Skidan disse...

Esta miúda tem cá uma criatividade...