sábado, 9 de fevereiro de 2013

E._10.º_n.º 10







Pede-se a uma criança.

Desenhe uma flor!

Dá-se-lhe papel e lápis,

A criança vai sentar-se no outro canto da sala onde  não há mais ninguém.

Passado algum tempo o papel esta cheio de linhas,

Umas numa direção, outras noutra;

Umas mais carregadas outras mais leves;

Umas mais fáceis, outras mais custosas.

A criança quis tanta força em certas linhas que o  papel quase não resistiu.

Outras eram tão delicadas que apenas o peso do lápis já era demais.

Depois a criança vem mostrar essas linhas ás pessoas: uma flor!

As pessoas não acham parecidas essas linhas com as de uma flor!

Contudo, a palavra flor  andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor, e a  criança pôs no papel algumas  dessas linhas, ou todas.

Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas são aquelas  as linhas  com que Deus faz uma flor !

  
Almada Negreiros

“ A Flor “
Trabalho - aqui




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