Queluz. Ribeira do Jamor. |
Purgatorial
Na paz
assiste ao corpo o direito
de rejeitar o mundo
Os olhos para si
reclamam a ofensa corpo a corpo
às cores
servindo-se do desprezo
De quem já tudo viu
Acontecer
Ressacar
É acordar envolto em estranhezas,
é estar preso por fios
Que nunca existiram
E que
Como tal
Não podemos romper
é jazer nu
E esgotado
e fazer disso os meus dias
Mais do que lutar
Aceito as condições da guerra
Dentro das quatro paredes
Como se aceita o ar,
Aceito o protocolo da batalha dentro
da caixa de osso
Como se aceita a luz
Que ilumina a sombra.
Ergo a cabeça sim
Mas apenas para sentir
A lâmina fria
Que me beija a nuca
Fernando
Ribeiro
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